26 de julho de 2015

A Política e a Barbárie - uma reflexão

"A babilônia por si só cairá a medida em que nos tornarmos independentes dela." 
Gaia Piá

O Ser Humano é um ser político? Para responder a isso é necessário uma avaliação crítica da história e de quem a registrou desde os tempos idos...

Bom, partindo da etimologia das referidas palavras (política e barbárie) podemos tecer algumas reflexões.

Política: deriva do Grego politikos, “relativo ao cidadão ou ao Estado”, de polites, “cidadão”, derivado de polis, “cidade”.

Barbárie: do Grego barbaros, “estrangeiro, forasteiro” literalmente “aquele que fala de modo incomprensível”, de um som barbarar que imitava um balbuceio.

Ou seja, toda nossa história civilizatória deriva de uma cultura eurocentrista que considerava aqueles que não queriam ser submissos a uma domestificação como bárbaros, selvagens... Daí nascem certos preconceitos, tabus e a tal da "ordem social" por uma sociedade "civilizada". Tsc tsc.



"De acordo com quem pai? - Com os 'não-bárbaros'!" (...)

O que será que os "bárbaros", com sua língua balbuciada, pensavam sobre essa definição sobre eles mesmos? Até que ponto os rótulos que surgiram para defini-los não são meros preconceitos de quem define de fora sem conhecer realmente estes outros Seres Humanos?

Bom, acho que temos que reconhecer um pouco do bárbaro que há em nosso sangue, assim como o "selvagem" (do Latim selvaticus, uma alteração de silvaticus, “selvagem”, de silva, “floresta, bosque, selva”, local onde costumam morar seres que não tiveram qualquer informação sobre os modos de se comportar numa sociedade 'civilizada') que também existe em nós. Afinal, estamos vivendo provas de que talvez a organização social em torno de uma "polis" não tenha sido nossa melhor escolha enquanto seres "civilizados", isso nos afastou de uma essência inrotulável que carrega qualquer Ser Humano. Se faz muito confortável, para os que se alimentam de nossa ignorância, que continuemos apontando dedos uns aos outros em nome de cegos ideais, partidos ou instituições.

Enfim, somos hoje seres políticos sim. Urbanóides, desconectos, os 'não-bárbaros' (haha).
 

Que possamos "Ser", para além de qualquer rótulo ou conceito que a conveniência histórico-social nos proporcionou. Olhando mais pra dentro, honrando a co-existência.

Afinal, condenar o próximo segundo nossos próprios ideais num tá com nada... 

"Que o fazer dos membros possa despertar o pensar do intelecto e que essas polaridades possam se equilibrar através do sentir do coração!"
Marcelo Gomes

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